Aliás, das inúmeras qualidades do
trabalho, talvez possa destacar a abordagem inovadora e corajosa como a que
mais me chamou a atenção. Há algum tempo venho me manifestando no sentido da
necessidade de uma maior integração entre o processo civil e as outras ciências
que tangenciam o Direito. É certo que já houve grande evolução em nossa
disciplina, desde a concretização dos Movimentos de Acesso à Justiça e da
aceitação uniforme dos conceitos de Processo Justo, Garantias Fundamentais e,
sobretudo, de um Processo Civil Constitucionalizado. Ocorre que os problemas da
atualidade vêm demonstrando ser necessário um nível ainda maior de
interdisciplinaridade, extrapolando os limites do Direito e ingressando em
ciências conexas como a filosofia, a sociologia, a psicanálise e a ciência
política. (...) Nessa linha de raciocínio, trabalhos como este, de autoria do
Roberto Darós, trazem uma inestimável contribuição a essa nada fácil tarefa.
Dialogar com a filosofia, a partir dos conceitos mais relevantes cunhados por
dois dos maiores filósofos do mundo moderno - Habermas e Dworkin - já seria um
trabalho árduo. Identificar os pontos de interseção entre o direito processual
civil e a filosofia, a partir das obras desses Mestres, e trazer conclusões concretas
para as questões do Estado Democrático de Direito, é realmente algo corajoso.
(...) A partir desses conceitos e de muitos outros, Roberto estrutura seu texto
convidando o leitor a mergulhar nas teorias filosóficas com o objetivo de
chegar ao entendimento da verdadeira função social do processo enquanto
instrumento pacificador da comunidade, concluindo pela necessidade de busca de
um novo modelo de celeridade processual. Como o objetivo da apresentação é
apenas exibir ao leitor um trailer da atração principal, despeço-me agora e
desejo a todos uma excelente leitura. "